NRF 2012: novos aprendizados e velhas constatações (1/7)

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Maurício Morgado

A convenção da NRF (National Retail Federation), na sua edição 101, aconteceu nos dias 15 a 18 de janeiro de 2012. Havia dois anos que a convenção da NRF mostrava sinais de desânimo. O desempenho da economia norte-americana não ajudava e o tom de lamúria batia forte. Nesse ano, as coisas foram diferentes, o ânimo voltou, ainda que com cautela, e pudemos ver um certo otimismo no ar. A própria NRF reporta que 2012 foi um ano de quebra de recordes, com mais de 25.500 participantes de 78 países, dos quais cerca de 1.500 brasileiros, o maior grupo de estrangeiros da feira, na frente até do Canadá, bem mais perto de Nova Iorque do que para nós, convenhamos.

Mas, afinal, quais foram os grandes aprendizados e as principais discussões desse ano? Agrupei minhas impressões gerais em 7 grandes blocos, que serão postados em 7 vezes sem juros no meu blog:

  • Interdependência e globalização
  • Brasil, a bola da vez
  • Capitalismo consciente
  • Sustentabilidade
  • Techo-commerce
  • O papel da loja física
  • Velhas constatações, uma espécie de resumo do aprendizado das 12 últimas NRF´s que frequentei.

Boa leitura!

Interdependência e globalização

A palestra do presidente Bill Clinton foi a grande atração desse ano. Muito admirado em seu país e recebido em pé pela audiência, reforçou o potencial gerador de empregos do varejo e apresentou seus pensamentos acerca do que podemos chamar de interdependência e globalização. Carismático e com uma capacidade ímpar de simplificar assuntos complexos, Clinton lembrou a audiência que nesses tempos de globalização, com economias entrelaçadas e com o dinheiro se movimentando literalmente na velocidade da luz, temos (nós, a humanidade) grandes desafios a superar. Se por um lado nunca fomos tão ricos e prósperos, por outro esse nosso jeito de viver nos traz três grandes problemas:

Instabilidade: Com muita informação disponível, os agentes econômicos mudam suas apostas de uma hora para outra, balançando governos, desestabilizando moedas e criando incertezas como as que assolam a zona do euro ultimamente.

Desigualdade: Enquanto os países pobres lidam com escassez de recursos e lutam por construir seus sistemas políticos, econômicos, de saúde, transporte e previdência privada, os países mais ricos enfrentam a necessidade de reformar os seus, os quais já se mostram insustentáveis no longo prazo. Grandes desafios demandantes de conversas e negociações complexas.

Sustentabilidade: Paradoxalmente, enquanto os pobres resolvem seus problemas e ascendem economicamente, outra questão surge: não haverá planeta para sustentar esse novo patamar de consumo. Como lidar com o aquecimento global, com a escassez de combustíveis e matérias-primas e com a destruição dos habitats naturais da fauna e flora mundiais?

Ainda sobre a fala do Sr. Clinton, a menção que fez ao Brasil sobre como temos conduzido negociações com respeito às opiniões alheias e contraditórias, colocando potenciais inimigos à mesma mesa para discutir e buscar consenso, além do respeito que temos demonstrado por nossa biodiversidade e recursos naturais, fez os brasileiros interromperem sua fala para aplaudi-lo. Um belo momento verde e amarelo.

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